quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Efeito Dominó

Segunda. 6:00. As crianças estão dormindo e já estou de pé  na cozinha conferindo as anotações pra empregada que fiz no domingo à noite.O que ela deve fazer pro almoço, avisar do bombeiro que vai olhar a infiltração do banheiro, lembrar do horário da escola das crianças para ela não se atrasar novamente, falar da limpeza "extra" que tá precisando naquele canto da sala, no box do banheiro. São, no mínimo, duas folhas de caderno.

Faço o café, arrumo a mesa, vou pro banho, me arrumo, acordo as crianças para começar a rotina semanal de aula, atividades, deveres, etc. Elas, com certeza, tem uma vida tão agitada quanto a minha. Confiro a bolsa pra ver se não estou esquecendo nada (como se adiantasse...sempre fica alguma coisa), deixo as crianças tomando café, dou um beijo bem gostoso em cada uma, um abraço apertado, e rua!

Quando saio pro trabalho, fica uma pontinha de dúvida se a empregada vai ou não aparecer....e a que horas? A casa, depois do fim de semana, tem mais roupa pra lavar do que durante a semana. É claro que um sábado e um domingo não são suficientes para estudar, se divertir, ver os amigos, a família, namorar o marido, arrumar os armários e, etc...
 A empregada deve chegar lá pelas dez da manhã. É sempre o problema do transporte. E eu, acreditando, me pergunto: quando será que vão resolver esse problema no Rio de Janeiro? Principalmente às segundas! Os trabalhadores que vem lá do subúrbio pra zona sul realmente sofrem. Conduções lotadas, van insanas sem a menor segurança, percorrem as avenidas e ruas dirigidas por motoristas que esquecem que a "carga" que transportam é humana, e não um monte de saco de batata.

Não sou diferente de nenhuma mulher dos dias de hoje que trabalha, tem filhos e tem em uma das suas maiores dores de cabeça a tal da segunda-feira. Como posso compreender o atraso de minha empregada toda a semana, se eu não posso exigir que, no meu emprego, entendam frequentemente qualquer atraso por causa do problema de transporte. É um efeito dominó, não?

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