quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A vida reproduzindo a ficção

Deu no site Notícias da TV Brasileira

"Na novela de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, que terminou no dia 28 de setembro, as personagens Penha e Lygia lançaram um site com diversas informações úteis para patrões e empregados domésticos. Ao acessar www.trabalhadordomestico.com.br, ainda é possível assistir a um vídeo gravado pelas duas personagens, em que Penha valoriza a importância e a dignidade do trabalho doméstico e, junto com Lygia, orienta patrões e empregados sobre a importância da carteira assinada. A Organização Internacional do Trabalho assina o filme com a Rede Globo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Número de empregada domésticas diminui. Sinal de melhoria?

Foi divulgado pelo IBGE esta semana que o número de empregadas domésticas no Brasil diminui entre 2009 e 2011 ao mesmo tempo que aumentou o número de mulheres trabalhando no comércio. É um dado bem interessante, que acredito necessitar de maior avaliação para tratar a informação como um ganho, uma conquista.


Sim, concordo que uma mulher que fale que é empregada doméstica não terá na nossa sociedade o mesmo olhar de aceitação de uma mulher que diz que é caixa de um supermercado ou uma vendedora de loja. A meu ver, isso não é verdade, pois as duas são trabalhadoras com responsabilidades e possuem direitos e deveres na prestação do serviço.

Da mesma forma que há empregadores inadimplentes nos lares, também há empregadores inadimplentes no comércio. Há fatores que diferenciam os dois tipos de empregos, como em muitos outros, como jornadas de trabalho, tarefas e atividades, mas apresentar simplesmente que a possível troca do emprego doméstico pelo comércio significa que a mulher está com seus benefícios garantidos é, para mim, quase leviano. Quanto comerciantes não são sonegadores? Quantos comerciantes não assinam a carteira de trabalho com valores menores para ludibriar seus impostos? E somos nós as patroas as que empregam mal?

O preconceito agora parece estar mais no empregador do que no emprego doméstico.

Na entrevista ao Jornal Hoje, de 2/10, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Delaíde Ribeiro, que foi doméstica, disse que o trabalho doméstico "não está em processo de extinção, está em processo de transformação, adquirindo outra face." Esta mesma transformação deveria existir em qualquer relação de emprego, não somente no doméstico, como por exemplo com redução de horas de trabalho, flexibilidade de horários, home-office. Isto tudo poderia desafogar a circulação de pessoas no centros, diminuir engarrafamentos e ajudar na diminuição do transporte público lotado. 

Reforço a minha opinião que o trabalho doméstico sempre será necessário, em níveis e formas diferentes, mas sempre será necessário. Deve-se sim, valorizá-lo como emprego e não subvalorizá-lo em relação a qualquer outro emprego.