quarta-feira, 15 de junho de 2011

E novamente as patroas são vilãs

Acabei de ler uma reportagem na Exame .com. E mais uma vez colocaram a nossa "classe patrona "como cruel. Acho que os jornalistas não percebem o efeito dominó de uma trabalhadora de classe média, que não tem com quem deixar seus filhos. Reduzem as patroas à classe de madames, na qual a opção de oferecer um emprego doméstico é apenas um capricho.

Por isso, tenho esse blog. Aqui é a vez da nossa voz. Por que não há nada cruel em oferecer um emprego em que se paga em carteira assinada, férias, transporte, comida, INSS, para que assim possamos também fazer a nossa parte no mercado de trabalho, e sustentar financeiramente a nossa família. É uma relação de emprego, de acordo com a especialização. Isso não é mercado de trabalho?

A reportagem está aí. Tendenciosa mesmo. É uma pena que não haja imparcialidade dessa realidade nas reportagens que encontro. Veja aqui.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sinal dos tempos....nem tanto.

Li a matéria Sinal dos tempos, assinada por Silvia Rogar, que saiu na última Revista do O Globo, de  5 de julho. Li que existem empregadas que não aceitam sair de casa para trabalhar por menos de R$ 1.500,00. Li que existem empregadas que chegam a receber mais de R$ 10.000,00 mensais. Li que é uma profissão "em extinção", justamente pela razão de que encontrar alguém que ainda queira fazer o serviço doméstico, e que não queira sair de casa por "pouco", está cada vez mais difícil.

Outro dia, vi uma reportagem no RJ Tv, 1a. edição (e depois queria rever, mas não encontrei a entrevista na internet) falando de uma série de direitos que as empregadas reinvindicam. A entrevistada dizia que as patroas  é que precisam se adaptar com aparelhos domésticos que substituam o serviço das empregadas, e deviam reinvindicar em suas empresas por creches para que possam levar seus filhos ao trabalho.

Sinal dos tempos. Tá tudo muito bem. Tudo muito bom. A sociedade está evoluindo, não é mesmo? E não ter empregadas domésticas é sinal de país evoluído....

Várias perguntas foram passando em minha cabeça enquanto li e vi tais reportagens:

1º  Quem é a pessoa nessa nossa sociedade que pode pagar R$ 10.000,00 para uma empregada altamente recomendada assim? Quem é a patroa que paga R$1.500,00 de salário? Certamente, são juízas, artistas globais, podem ler a matéria. Isso, meu amigo, não é sinal de país evoluído. É sinal de que é um país com extremas diferenças, e com uma classe média cada vez mais desvalorizada em seu poder aquisitivo.

2º Como se reinvindica para que a sua empresa tenha creches? Greve? Não é tão simples assim. As empresas ainda estão muito longe de pensar em resolver os problemas particulares de suas funcionárias. Até por que, sempre se fala em conquistas da mulher no mercado de trabalho, e o que ela faz, ou deixa de fazer em casa, interessa a poucos. Muito menos a seus chefes.

3º Como se consegue fazer para que tudo o que é descontado em seu imposto de renda, reverta para os seus custos com saúde e escola, e dessa forma você possa diminuir a sua carga de trabalho, e assim não precisar ter alguém em sua casa que "olhe" por seus filhos?  Por que, no meu caso, a e ter empregada não é  para substituir os trabalhos domésticos que tenho que fazer em casa, é , principalmente, para salvaguardar os horários dos meus filhos. Escola integral seria a solução? Seria? Mas cadê essa escola? E se houver, qual o preço delas?

Sinal dos tempos sim, mas sinal de que a classe média está sempre pagando o preço das outras classes sociais.